A sinopse dizia: “Quando descobre um segredo deixado por seu pai, o esperto e criativo Hugo revela um mistério e inicia uma missão que vai transformar todos os que estão ao seu redor, até chegar a um lugar adorável que vai se tornar seu lar”. Bom, até aí nada demais, principalmente quando se vê duas crianças como protagonistas. Porém,
Diferente do
que dizia a indicação do filme, como sendo uma “Aventura”, considero o filme um
“Drama” com requintes de Aventura. O roteiro foi muito bem adaptado do livro
americano The Invention of Hugo Cabret,
de Brian Selznick (por isso o nome no Brasil ficou A Invenção de Hugo Cabret, enquanto nos Estados Unidos ficou
simplesmente Hugo), pelo John
Logan (que também roteirizou Gladiador
e O Aviador). Aos poucos você acaba percebendo que o filme te entrega um
enredo principal que se torna uma maravilhosa homenagem ao início do cinema e a
ideia de fábrica de sonhos; mas também se reparte em outros enredos menores e
voltados para problemas e dilemas pessoais dos personagens, tidos como
secundários, mas que enriquecem muito a experiência do filme.
Hugo tem que ser assistido por uma ótica
um pouco diferente da acostumada pela maioria: o filme não te fará chorar, não
te fará perder o folego, pois ele não foi produzido para isso; Martin Scorsese
criou uma obra de arte, algo quase que teatral, com a preocupação nos mínimos
detalhes. Visualmente, o filme é maravilhoso, incrível, transmitindo uma Paris muito
viva. A ideia era realmente passar uma cinematografia à moda antiga, preocupada
com o visual, o som e os detalhes de forma magistral, pois o detalhe do filme
todo foi mixado com um fundo de musica clássica que casa perfeitamente com a
intensidade da imagem.
As atuações
não são brilhantes, mas Scorsese como sempre consegue tirar o necessário dos
seus atores (Sacha Baron Cohen do
filme Borat, está irreconhecível e muito
bom em uma atuação mais séria), além de participações de Johnny Depp e Jude
Law, que dão um toque ainda mais especial ao filme.
A história
principal não vai te surpreender, na verdade será fácil imaginar o próximo
passo dela, mas os enredos menores e pessoais dão um toque especial numa obra
visual e sonoramente perfeita, uma produção que vale a pena separar duas horas
da sua vida para vê-la, com a cabeça aberta para sentar e apreciar. Você não
irá se empolgar: irá se encantar!
Escrito por: Ricardo
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